"PortuguĂȘs a falar brasileiro nĂŁo tem jeito, mesmo quando tem. Mas o que nĂŁo tem jeito mesmo Ă© perder tempo a nĂŁo ser entendido. NĂŁo vou subir a favela e dizer sĂtio quando posso dizer lugar, ou apelido quando posso dizer sobrenome, ou alcunha quando posso dizer apelido, ou apanhar o autocarro quando posso pegar o ĂŽnibus. PortuguĂȘs a falar brasileiro nem Ă© jeito de dizer, porque portuguĂȘs e brasileiro falam sempre portuguĂȘs, em toda a sua mestiça extensĂŁo. Nenhuma outra lĂngua Ă© tĂŁo falada no hemisfĂ©rio sul. Finco os pĂ©s onde estou para a usar. Se nĂŁo me esqueço de quem sou, porque terei medo do que serei? Muito do que hoje Ă© brasileiro foi portuguĂȘs antigo que Portugal perdeu, cardĂĄpio reduzido, falta de apetite. (.)" - A Autora