No segundo livro da coleção Memórias do Futuro - que reúne clássicos inéditos ou pouco conhecidos no Brasil, mas que mantêm o frescor estético e a atualidade -, o teórico socialista e revolucionário francês Louis-Auguste Blanqui () une química e poesia para refletir sobre a dinâmica do universo e a existência humana. Segundo ele, o universo é composto por um número finito de elementos que, combinados de incalculáveis maneiras diferentes, repetem-se, com pequenas variações, eternamente: "A eternidade encena, imperturbável, no infinito, as mesmas representações". Mais do que a veracidade científica de suas hipóteses, a beleza da viagem empreendida por Blanqui, que antecipou o pensamento de Nietzsche acerca do eterno retorno, está no modo como se desenrola a argumentação, na riqueza das analogias e no brilhantismo sardônico de seu estilo